12 Monkeys encontrou seu compositor jogando uma moeda

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Imagens universais por Witney SeiboldAgosto. 18 de outubro de 2024, 10h45 EST

O filme “12 Monkeys”, de 1995, foi uma das poucas vezes em que um filme de Terry Gilliam não foi assolado pelo caos e problemas de produção. Gilliam é notoriamente azarado – para não mencionar incrivelmente teimoso – então muitos de seus filmes só foram feitos após desastres de última hora, mortes ou outras grandes catástrofes. Pode-se ver o azar de Gilliam no documentário de Keith Fulton e Louis Pepe de 2002, “Lost in La Mancha”, que traçou a primeira e paralisada tentativa do diretor de fazer “O Homem que Matou Dom Quixote”. Além disso, não é preciso ser um cineasta experiente para saber tudo sobre os problemas que Gilliam teve com seu filme de ficção científica de 1983, “Brasil”, um filme que foi recortado várias vezes.

Para “12 Monkeys”, porém, tudo parecia funcionar bem. Baseado no curta-metragem de Chris Marker, “La Jetée”, de 1962, o filme começa em 2035, depois que a maior parte da humanidade foi morta por um vírus letal. Os sobreviventes foram forçados a entrar em prisões subterrâneas, aventurando-se apenas ocasionalmente em missões solo à superfície em busca de aranhas, que se acredita serem a causa da doença. Bruce Willis interpreta James Cole, um prisioneiro ligeiramente desequilibrado que é convocado para duas missões de viagem no tempo até os anos de 1990 e 1996, na esperança de encontrar mais informações sobre o que deu início à doença. Quando Cole tenta comunicar sua missão às pessoas do presente, ele parece louco.

A música de “12 Monkeys” é uma partitura tilintante e desequilibrada, extrapolada de “Suite Punta del Este” de Astor Piazzolla, uma sonata de tango argentina. A partitura foi escrita pelo falecido roqueiro Paul Buckmaster, embora, de acordo com uma história oral publicada no The Hollywood Reporter, tenha sido quase Thomas Newman. A atriz Madeleine Stowe lembra que Gilliam gostava igualmente dos dois compositores, então teve que escolher entre eles jogando uma moeda.

Paul Buckmaster x Thomas Newman

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Paul Buckmaster foi uma presença conhecida no mundo do rock, tendo trabalhado em orquestrações com David Bowie, The Grateful Dead, Leonard Cohen, Miles Davis, Guns N’ Roses, Taylor Swift, The Rolling Stones, Celine Dion e vários outros. No cinema, Buckmaster cantou canções para “Macbeth”, de Roman Polanski, “Son of Dracula”, de Harry Nilsson, e “The Man Who Fell to Earth”. “12 Monkeys” seria seu primeiro trabalho de composição cinematográfica para um projeto que não fosse musical ou estrelado por um músico.

Thomas Newman, por sua vez, já era um compositor prolífico em 1995, tendo escrito partituras para filmes notáveis ​​como “A Vingança dos Nerds”, “Real Genius”, “The Lost Boys”, “Fried Green Tomatoes”, “The Player”, “The Shawshank Redemption” e dezenas de outros. Ele era ágil, prolífico e talentoso. Foi Madeleine Stowe quem mencionou Newman para Gilliam, pois soube que ele estava tendo problemas para decidir sobre um compositor. Gilliam adorava Newman, o que representava uma questão sobre quem ele deveria contratar. Stowe conta a história assim:

“Estávamos discutindo quem ele queria que marcasse. Eu disse: ‘Por favor, olhe para esse sujeito chamado Thomas Newman.’ Eu era um grande fã de Thomas Newman, Terry disse: ‘Bem, eu já meio que me comprometi (com Buckmaster)’, mas ele o conheceu. Eu não sabia o que fazer. A maneira como ele teve que escolher entre os dois homens foi jogar uma moeda.

Dado o tom desequilibrado de “12 Monkeys”, talvez um compositor do mundo não cinematográfico fosse mais apropriado do que um compositor de cinema mais “tradicional”. Pedimos desculpas a Stowe, no entanto, que perdeu seu compositor preferido no cara ou coroa. Buckmaster escreveria apenas mais um filme, e foi, curiosamente, “Most Wanted” em 1997. Newman, por sua vez, passou a fazer trilhas para filmes para a Pixar e a franquia James Bond.