A Maldição do Cuco, a crítica: um filme de terror não muito assustador

A Maldição do Cuco, a crítica: um filme de terror não muito assustador

Um jovem casal formado por Marc (arquiteto) e Anna (parteira) decide passar férias em Freiburg, trocando temporariamente de casa com a de um casal de idosos locais, Hans e Olga. Anna está grávida e dentro de algumas semanas dará à luz aquele filho tão esperado, esperando também que o nascimento traga de volta a serenidade ao seu relacionamento com Marc, que está em crise há algum tempo, não apenas por seus urgentes compromissos de trabalho. mas também devido a um segredo do passado dele.

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A Maldição do Cuco: Belén Cuesta e Jorge Suquet

Como contamos na crítica de A Maldição do Cuco, a chegada à sugestiva residência imersa na Floresta Negra parece auspiciosa: na verdade encontram uma casa hipertecnológica equipada com todo o conforto, encontrando também a encantadora filha adotiva dos proprietários, que passa por lá de vez em quando. Enquanto isso, o apartamento espanhol dos protagonistas é palco de uma série de rituais perturbadores realizados por Hans e Olga, que têm em mente um plano muito específico que colocará Marc e Anna em grave perigo.

Ser ou não ser

A Maldição dos Cucos 4

A Maldição do Cuco: Belén Cuesta novamente em cena

“Nem a morte, nem o destino, nem a ansiedade podem gerar o desespero insuportável que resulta da perda da identidade”. É esta citação de HP Lovecraft que abre a visão e em breve o seu significado mais profundo virá à tona no desenrolar de uma narrativa que remete a um topoi muitas vezes abusado do cinema de terror, que não revelaremos agora para não estragar o seu experiência, surpresa potencial: basta saber que é precisamente o jogo de identidade que assume um papel fundamental num determinado momento da história. Neste filme de terror, fruto de uma coprodução entre Espanha e Alemanha, o roteiro explora uma solução que já foi vista inúmeras vezes no cinema de gênero recente, elemento que retira em parte a necessária dose de suspense assim que o caminho se estabelece. em fase de roteiro. O confronto final tenta adicionar uma pitada de tempero e mordida, mas a tensão se perde devido a algumas implausibilidades na gestão dos personagens principais e no próprio epílogo.

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Amor e ódio

A Maldição dos Cucos 2

A maldição do cuco: uma imagem

Ausência de nuances

A Maldição dos Cucos 3

A Maldição do Cuco: Uma Cena

Grande parte da obscuridade que potencialmente espreitava na história perde assim a intensidade e só é diluída, a começar pela figura desperdiçada daquela filha adotiva que deveria ter sugerido outros caminhos e sido explorada com maior incisividade. E as escolhas do elenco revelam-se pouco convincentes a este respeito, mesmo no que diz respeito aos papéis principais: até a bela e talentosa Belén Cuesta, que também ostenta um prémio Goya na sua carreira por The Endless Trench (2019), está totalmente aqui fora do caminho. Os sustos são quase ausentes, com zero jump-scares, mas ao mesmo tempo o vazio hipotético não é preenchido por uma gestão fundamentada da trama, falhando o suspense justamente na revelação do mistério, deixando um gosto amargo na boca do espectador que esperava algo original e não mais uma releitura banal de um tropo clássico do terror.

Conclusões

Dois cônjuges espanhóis em crise, prestes a tornarem-se pais, optam por umas férias relaxantes e concordam em trocar de casa com um casal alemão de meia-idade. Assim começa a sua estadia na evocativa zona rural da Floresta Negra, sem saber que em breve um perturbador mistério que paira sobre aquelas quatro paredes e os próprios proprietários acabará por colocá-los numa situação de extremo perigo. Como dissemos na crítica de A Maldição do Cuco, nos deparamos com um filme de terror fraco e desprovido de ideias originais, que simplesmente refaz um enredo narrativo visto e revisado no cinema de terror do novo milênio sem particular inventividade e tensão temática, até aquele confronto final que era mais improvável do que realmente amargo e cruel, como era a intenção.