Após a trágica morte de Melisa, vítima da doença incurável que a atingiu, o pequeno Can e seu recém-descoberto pai Firat tentam superar o luto. Mas mesmo que já tenha passado algum tempo desde a perda dramática, o homem não consegue encontrar a paz e tenta esquecer a sua dor através do álcool, tanto que muitas vezes volta para casa bêbado, criando muita ansiedade e incompreensão dentro de casa.
Kaan Urgancioglu em cena de Em boas mãos 2
Em boas mãos 2 vemos uma espécie de enredo que segue em grande parte o do original, mas com gêneros invertidos: desta vez é a figura masculina que busca uma figura feminina de referência, que também pode atuar como madrasta da criança. O encontro com a bela Sezen, também se recuperando de um trauma, parece reacender em Firat a esperança de poder voltar a formar uma família estável, mas as incógnitas também estão por vir nesta ocasião…
Outra vez
Little Mert Ege Ak em uma cena de Em boas mãos 2
Quem já assistiu ao primeiro episódio, que obteve um número notável de visualizações na Netflix a ponto de garantir uma sequência, sabe o que esperar de um filme que segue fielmente a fórmula do original, em nome de uma novela melodrama- ópera que sai do tempo que encontra e se dirige a um alvo muito específico. Por outro lado, o sucesso das séries televisivas turcas no nosso pequeno ecrã é hoje uma realidade consolidada e Em boas mãos 2 dirige-se ao mesmo público, com a sua alma retórica – quando não patética – que se move ao longo de uma hora e um meio de visão que é tecnicamente medíocre e narrativamente óbvio.
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Os três protagonistas do filme
Atrás das câmeras encontramos o diretor Ketche, já conhecido em nosso país pela Comédia Romântica (2010) – um título, uma declaração de intenções – que tenta oferecer um mínimo de variedade às situações que envolvem os protagonistas, mas muitas vezes resultando em uma abordagem forçada e desigual, muitas vezes jogando a pedra e depois puxando a mão para trás. A procura da emoção forçada a todo custo é ainda marcada por uma banda sonora temática que sublinha com notas mais ou menos persuasivas as explosões emocionais do trio de personagens principais, prestes a compreender mais sobre si próprios e o vínculo que está a nascer entre eles. Naturalmente, não falta a narração canônica, em parte justificada para apresentar ao status quo atual os novatos que não viram o primeiro capítulo, e temos certeza de que não será a última vez que veremos Can e Firat em frente da tela.
Conclusões
Enquanto o pequeno Can tem que superar a perda de sua mãe, seu pai – que mais tarde se descobriu como tal – Firat afoga o luto da mulher que ama no álcool. Em boas mãos 2 vê mais uma vez os dois protagonistas retornando do dramático acontecimento que encerrou o primeiro capítulo, em busca de um novo equilíbrio e de uma figura feminina que possa ser uma graça salvadora para ambos. O leitmotiv melodramático da novela que já caracterizara o filme anterior é novamente utilizado em nome de uma emoção forçada e dilacerante, desprovida de introspecção ou nuances dignas de nota, para uma história com um alvo bem definido e sem grandes pretensões.
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