James assume a gestão do fundo fiduciário da família de seu falecido pai. Uma função que o deixará muito mais ocupado do que antes e que o levará a passar muitas horas do dia no escritório, deixando sua esposa Sophie sozinha. Para se adaptarem a esse estilo de vida, eles se mudam para uma vila suburbana, onde James emprega um mordomo, uma empregada doméstica e uma cozinheira. Porém, Sophie não gosta de todos aqueles funcionários rondando a casa e decide demiti-los.
Addison Timlin é a protagonista feminina de Life Like
Como contamos na resenha de Life Like, para superar o trabalho doméstico cada vez mais pesado, James convence seu parceiro a visitar Julian, um guru da tecnologia que vende modelos andróides futuristas, externamente indistinguíveis de um ser humano. Sophie, com ciúmes das possíveis atenções do marido para com um robô de aparência feminina, afirma seus motivos e a escolha recai, portanto, sobre um modelo masculino, Julian. A entrada do novo ajudante em casa corre o risco de desencadear situações inesperadas…
Espelhos e reflexos
O andróide e seu criador
Relembra vários episódios de Black Mirror em diversas ocasiões, investigando um fio condutor frequentemente explorado pela ficção científica mais recente, com ecos de Ex Machina (2014) e outros filmes temáticos que surgem durante a hora e meia de visualização. Life Like também seria um título divertido se não fosse tão extremamente derivado na exposição do triângulo entre os três personagens principais, tendo as paredes da casa como único cenário como pano de fundo para esta história de potenciais traições e ciúmes crescentes. . A verdadeira surpresa, que dá aquela pitada de espanto, está na reviravolta final, parcialmente imprevisível e capaz de derrubar o que foi visto anteriormente numa perspectiva mais amarga e cruel. Ao mesmo tempo, porém, por trás do suspense também existem forças e implausibilidades que emergem em retrospectiva e que não tornam a narrativa acima mencionada totalmente credível.
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Eu, robô
Steven Strait é o robô que você não espera em Life Like
O futuro que nos espera?
Drew Van Acker em cena de Life Like
Life Like marca a estreia nos bastidores de um longa-metragem de Josh Janowicz, também autor do roteiro, que, valendo-se de sua experiência na área publicitária, consegue administrar a encenação com certa solidez, mesmo sem primar pelo virtuosismo de qualquer forma e sem sequências de ação verdadeiramente evocativas. A câmera foca assim o elenco, os rostos daqueles personagens que lutam contra colapsos nervosos e com uma insegurança nascente que se transforma em medo, medo daquela pessoa desconhecida que vive e convive nos mesmos quartos que eles. Novos passos de uma falsa evolução sucedem-se assim numa história que nos lembra de cuidar dos nossos afectos, uma vez que o mal e o perigo de perder entes queridos se encontram antes de mais nos próprios erros e não nas causas externas, mais ou menos, estes são preocupantes. Uma moral simples, mas eficaz para dar substância a uma história que vive altos e baixos.
Conclusões
Um casal em crise – mas que ainda não sabe que está em crise – compra um modelo revolucionário de andróide, idêntico em todos os sentidos a um ser humano do sexo masculino (obviamente charmoso e com físico esculpido), para cuidar das tarefas domésticas. Logo o robô corre o risco de atrapalhar a dinâmica dos cônjuges, que se verão vítimas de ciúmes e suspeitas em um jogo emocional muito perigoso… Life Like é uma ficção científica que revisita um arquétipo já clássico de uma certa ciência existencialista e moderna. -fi e não, refletindo sobre a consciência das máquinas e dos direitos que elas podem fazer valer a seu favor, num mundo cada vez mais escravizado pela tecnologia. Uma bela reviravolta final não é suficiente para reviver completamente uma operação monótona e previsível do tempo de execução anterior.
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