Steven Universe do Cartoon Network fez história nos bastidores

Programas de desenhos animados na televisão Steven Universe do Cartoon Network fez história nos bastidores

Steven Universo

Cartoon Network Por Rafael Motamayor/9 de junho de 2024 21h EST

O Cartoon Network sempre foi um lugar de experimentação. Nos primeiros anos, programas como “O Laboratório de Dexter” trouxeram referências à animação para Sam Raimi. No início dos anos 2000, programas como “Samurai Jack”, “Ben 10” e “Codename: Kids Next Door” acrescentaram mitologias profundas e narrativas mais serializadas. E na década de 2010, a rede experimentou recursos visuais em programas como “Flapjack” e “Adventure Time”, que trouxeram a estranheza de volta ao Cartoon Network.

Essa experimentação continuou, com os animadores que começaram nos dois últimos programas criando por conta própria programas influentes e fantásticos. Ainda assim, por mais ousados ​​​​e imaginativos que fossem todos esses programas, eles ainda eram, em sua maioria, homens brancos encarregados de criar esses desenhos animados. Tudo mudou em 2013 com o lançamento de “Steven Universe”. Este é um dos melhores desenhos animados do século, um programa profundamente emocional e inventivo inspirado em super-heróis e animes de garotas mágicas. O show segue Steven, um menino que vive com um grupo de heroínas alienígenas chamadas Crystal Gems, lutando para defender a Terra de outros alienígenas que buscam conquistar o planeta. Rebecca Sugar se tornou a primeira pessoa não binária a criar um desenho animado para o Cartoon Network, e isso é apenas o começo do que tornou “Steven Universe” inovador.

Um show inovador em mais de um aspecto

Steven Universo

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Embora o anime tenha influenciado os programas do Cartoon Network desde o início da rede, “Steven Universe” levou-o a novos patamares, trazendo não apenas paródias ou homenagens, mas pegando dicas visuais, temáticas e estruturais do meio. Sugar foi influenciado por programas como o primeiro programa de TV de Miyazaki, “Future Boy Conan”, bem como “Dragon Ball”, “Sailor Moon” e “Revolutionary Girl Utena”. Este último influenciou o tom, a estrutura narrativa e o drama, bem como a quebra das barreiras de gênero de “Steven Universe”.

Na verdade, o gênero está no centro do “Steven Universe”. O show se inspira no gênero de anime “garota mágica”, mas é estrelado por um menino que é retratado como tudo menos o protagonista tradicionalmente masculino que tendemos a ver nos desenhos animados. Steven nunca tem medo de demonstrar emoções e é acolhido por sua abertura. Isso culminou com Stevonnie, uma “fusão” andrógina de Steven e sua amiga Connie, bem como Ruby e Sapphire se tornando um casal. Isso veio logo após “The Legend of Korra”, apresentando um casal gay em seu final em 2014, mas mesmo isso estava implícito, já que a Nickelodeon não permitiria o contrário.

Mas “Steven Universe” foi mais ousado, mais direto. Seu legado é o de um programa inovador para a representação queer. Até o criador de “Nimona”, ND Stevenson, dá crédito a “Steven Universe” por abrir o caminho para seu show “She-Ra e as Princesas do Poder”. Falando com a Paper Magazine, “Mesmo as conversas que estávamos tendo no início de nossos planos para incluir personagens e relacionamentos queer só foram possíveis porque ‘Steven Universe’ fez isso primeiro”. Só podemos imaginar que tipo de programas se seguirão no futuro.