Bad Boys – Ride or Die, crítica: conversas e distintivos para uma saga que continua a não se trair

Will Smith e Martin Lawrence, protagonistas de Bad Boys: Ride or Die

Como você diz isso? Mudar tudo para não mudar nada? Na verdade não, pelo menos neste caso. Adil El Arbi e Bilall Fallah, aliás, gostaram e, depois do terceiro capítulo de 2020 (nada mal), aqui estão eles de novo em Miami, junto com os bad boys mais legais e exagerados daquele cinema nascido de os anos noventa. Aliás, não há dúvida de que a franquia Bad Boys, agora em seu quarto filme (e apesar de tudo já queremos um quinto), é herdeira de uma estética bem definida, que não exige sabe-se lá quais grandes choques. De certa forma, os bad boys criados por Michael Bay e George Gallo, na lendária produção de Don Simpson/Jerry Bruckheimer, são o emblema do tempo que não quer passar, ancorados num imaginário pop nascido no final do Milénio. , e posteriormente continuou com inúmeras tentativas de cópia (disponíveis tanto na tela grande quanto na pequena).

Filme Bad Boys Cavalgam ou Morrem

Will Smith e Martin Lawrence estão de volta

Por isso, Bad Boys: Ride or Die, desde o início, deixa tudo claro: não há necessidade de distorcer a fórmula, e não há necessidade de alterar a equação cheia de adrenalina e cafona que tem marcado irremediavelmente o conceito de filme amigo. Os realizadores belgas, que viram Batgirl cancelada depois de Bad Boys for Life, quase parecem confiar o clima do filme aos dois protagonistas icónicos, aproveitando o seu entendimento mútuo com uma história cujos buracos são tapados pela piada habitual, prontamente desencadeada por um dupla de protagonistas que certamente dispensa apresentações.

Bad Boys 4, se Mike e Marcus forem procurados

Filme Bad Boys Cavalgam ou Morrem

Martin Lawrence e Will Smith, procurados em Miami

Afinal, Will Smith e Martin Lawrence são a tradução perfeita do espírito da saga. Pela impressão, pelos tons, pela fisicalidade. Com o passar dos anos, tornaram-se a certeza que retorna (e gostamos de certezas). Trinta anos depois de Bad Boys, assobiando a música do Inner Circle, aqui estão eles novamente com sua estridente autoconfiança. Os agentes Mike Lowrey e Marcus Burnett estão de volta. Sempre com pressa, sempre suado, sempre perseguindo os criminosos de Miami. Custe o que custar. E nesta quarta aventura o preço a pagar é decididamente elevado.

O falecido Capitão Howard (Joe Pantoliano, presente desde o primeiro filme) é acusado postumamente de ser cúmplice de uma quadrilha de suborno e corrupção. Mike e Marcus não estão lá e, tentando esclarecer, serão forçados a fugir, após serem incriminados pelos agentes corruptos que mantêm o departamento de polícia de Miami sob seu controle.

Uma saga Gascon que não trai a sua missão

Bad Boys cavalgam ou morrem filme de cena de Will Smith Martin Lawrence

Lawrence, Smith e uma discussão entre amigos

Bad Boys cavalgam ou morrem

Bad Boys, uma promessa de trinta anos entre amigos

Um começa e o outro termina, são o cruzamento decomposto de uma relação cinematográfica que melhor traduz o conceito de amizade masculina. Emotivos e inesperadamente frágeis, prontos para lágrimas e balas, eles resolvem as coisas pegando a tangente de um pragmatismo exagerado e tão bizarro quanto o roteiro assinado (novamente) por George Gallo. A reconhecibilidade, neste caso, ditada pelas dinâmicas que se repetem, copiando e colando o mesmo modus operandi já visto, mas não menos eficiente no que diz respeito ao propósito consagrado ao entretenimento sem compromisso. Em suma, um quarto capítulo que não trai o espetáculo, seguindo uma honestidade de intenções que não podemos deixar de apreciar.

É verdade que Bad Boys: Ride or Die faz de Marcus e Mike dois bandidos, aumentando assim as apostas, até um final que não poderia ser mais explosivo (e mais telefonado). Bom, se estamos falando de mudanças, Adil El Arbi e Bilall Fallah brincam com uma encenação quase de videogame, nos fazendo “personificar” os agentes mais legais da Flórida (com um legado que vem de Miami Vice). Por alguns momentos, nós também nos tornamos como Mike e Marcus, enquanto cantávamos aquele refrão que não parava há trinta anos: “Bad boys, bad boys, o que você vai fazer? O que você vai fazer quando eles vierem atrás de você?”.

Conclusões

Os agentes mais famosos de Miami retornam para uma quarta aventura cheia de ação. Nada muda no mundo de Bad Boys, e aceitamos de bom grado um filme que não se leva a sério, é exagerado e desorganizado em seu roteiro. Um filme que pretende entreter, medindo da melhor forma o entendimento entre os dois protagonistas. Uma promessa mantida viva, apesar de terem passado trinta anos desde o primeiro filme da saga.