Argylle – The Super Spy, revisão: O espião mais chamativo da sala é o mais fraco

Argylle - The Super Spy, revisão: O espião mais chamativo da sala é o mais fraco

Em American Gangster, Ridley Scott faz o personagem de Denzel Washington dizer que “o mais chamativo da sala é o mais fraco da sala”. É certamente um bordão, na verdade de um filme, mas contém um fundo de verdade. Mesmo na vida, muitas vezes, quem realmente tem o poder nunca está na linha de frente, mas administra tudo nos bastidores. No caso de um espião essa frase faz ainda mais sentido: se você quer passar despercebido certamente é melhor não se parecer – e ter o corte de cabelo que ele exibe aqui – como Henry Cavill. No entanto, a escritora Elly Conway imagina seu Argylle exatamente assim. Digamos de imediato: escrever a crítica de Argylle – O Super Espião é como fazer um pique triplo.

Dua Lipa e Henry Cavill em Argylle

Argylle: Dua Lipa e Henry Cavill em foto do filme

Vamos dar um passo para trás. Quem é Argyle? Um superespião, como diz o título italiano do novo filme de Matthew Vaughn. O bom, porém, é que ele não existe: é na verdade o personagem literário criado pela pena de Elly Conway, como dizíamos. E quem é Elly Conway? Esta é uma ótima pergunta, que tem simultaneamente múltiplas respostas e ainda nenhuma.

No filme Argylle – O Super Espião, que estreia nos cinemas a partir de 1º de fevereiro, ele é o personagem interpretado por Bryce Dallas Howard: uma estrela da literatura de espionagem, que vendeu muito com sua saga. Elly tem um dom: as aventuras de seu agente secreto no papel parecem reais. A ponto de prever os movimentos de diversos criminosos que ameaçam o equilíbrio mundial. Mas Elly COnway é também a misteriosa autora de um romance publicado a sério, cuja verdadeira identidade ainda não é conhecida. Tem quem até acredite que é Taylor Swift! Sua cabeça dói? É apenas o começo desta nova franquia cross-media, que tem a intenção declarada de conquistar o maior público possível.

A trama de Argylle – O superespião

Argylle Superespião 1

Argylle – O Super Espião: Bryce Dallas Howard em cena do filme

Você realmente não consegue resumir o enredo de Argylle: Super Spy. Primeiro porque é bastante complicado, segundo porque existe o risco de dar spoilers gravíssimos a cada adjetivo adicional. Limitemo-nos, portanto, a dizer que a escritora de ficção Elly Conway, interpretada por Bryce Dallas Howard no filme de Vaughn, é acompanhada por um verdadeiro espião, Aiden Wilde (vencedor do Oscar Sam Rockwell). Completamente diferente do físico Argylle interpretado por Henry Cavill, Aiden pede a Elly que o ajude a resolver um mistério, a fim de desmantelar a organização liderada por Ritter (Bryan Cranston), o clássico vilão mitomaníaco que quer conquistar o mundo. E paramos aqui. Não vamos contar o que faz o resto do rico elenco de Argylle, incluindo Samuel L. Jackson, John Cena, a vencedora do Oscar Ariana DeBose, Sofia Boutella, Catherine O’Hara e até a cantora Dua Lipa, que depois de interpretar a sereia Barbie no filme Barbie de Greta Gerwig (resenha aqui) ela gostava de ser atriz.

Argylle: uma saga cross-media

Além disso, elementos autobiográficos não faltam: um dos personagens possui um rifle que chama de Clementine, que é o nome de uma das três filhas de Matthew Vaughn e Claudia Chiffer. Por outro lado, o realizador diz que este projeto nasceu justamente da vontade de fazer filmes de espionagem tal como eram feitos outrora, como Charade, de Stanley Donen, que voltou a ver com a família durante a pandemia. Mas a ambição do autor não se fica por aqui: por enquanto pensou numa trilogia cinematográfica, mas ao mesmo tempo a saga literária também terá continuidade. Em Argylle – O Super Espião é de fato contado o enredo de um hipotético quinto romance de uma série, enquanto o primeiro volume das aventuras imaginadas pela misteriosa Elly Conway foi lançado nas livrarias.

Musical de Matthew Vaughn

Argylle Superespião 3

Argylle – O Super Espião: Henry Cavill, Dua Lipa em cena do filme

Na New York Comic Con 2023, Vaughn disse que estava trabalhando secretamente em um musical. Já era hora também: como em sua saga anterior, Kingsman, as cenas de luta são coreografadas como se fossem números musicais. Não podemos falar muito, mas estamos diante de um grande espetáculo exagerado, que mistura gêneros, ideias e cores. O elenco, divertido, se entrega a situações malucas, mudando constantemente de tom. E quem sabe, depois de livros e filmes, o musical secreto nem sempre esteja ligado a essa desconcertante história de espionagem. Por enquanto só sabemos que foi Damien Chazelle que o escreveu. Se assim fosse, seria a evolução natural de um projeto com enormes ambições, sobretudo comerciais. Cada objeto do filme (cujo design ficou a cargo de MinaLima, que ficou famosa graças ao trabalho realizado para a saga Harry Potter) é uma compra potencial. E se você se entregar a esse passeio maluco, embora não seja isento de falhas e exageros, poderá se divertir muito. Só não confunda leões com cordeiros.

Conclusões

Conforme escrito na crítica de Argylle – O Super Espião, o novo filme de Matthew Vaughn é um projeto ambicioso, que visa criar uma franquia cross-media, que se desdobra entre cinema, livros e, quem sabe, até um musical. Exagerado, colorido, até desequilibrado: o filme é apoiado por um elenco excepcional e visa não só entreter, mas também vender um número desproporcional de gadgets (o design é feito por MinaLima, que tanto contribuiu para o sucesso de Harry Potter) .

Movieplayer.it 3.0/5 Classificação média 4.6/5 Porque gostamos

    A ambiciosa ideia de construir uma franquia cross-media. Todo o elenco, começando por Bryce Dallas Howard: tem alguma coisa que ele não possa fazer?! Os números musicais. A música original “Electric Energy”, cantada por Boy George e Ariana DeBose. Dua Lipa. Chip o gato.

O que está errado

    Se você não entrar no mecanismo facilmente dirá: o que estou olhando?! A parte final acumula cenas, situações e personagens, exagerando. Ariana DeBose está perdida, para dizer o mínimo.