Bruce Willis se orgulha de um de seus fracassos mais notórios

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Hudson Hawk ao lado de uma enorme máquina de cappuccino, localizada em um estranho bar do oeste selvagem.

Fotos TriStar por Witney SeiboldDec. 29 de outubro de 2024, 13h EST

Antes de seu lançamento em 1991, havia todos os motivos para acreditar que a comédia de assalto de Michael Lehmann, “Hudson Hawk”, seria um sucesso. Foi escrito pelo famoso roteirista Steven E. de Souza, que já havia obtido um sucesso gigantesco com filmes como “48 Horas”, “Commando”, “Jumping Jack Flash” e “The Running Man”. Seu maior sucesso foi “Die Hard” em 1988, e ele foi escolhido para escrever a sequência dois anos depois. “Hudson Hawk” reuniria De Souza com a estrela de “Die Hard” Bruce Willis, e o filme contaria com atuações de Danny Aiello, recém-saído de “Moonstruck”, bem como de James Coburn, Richard E. Grant, Sandra Bernhard e Andie MacDowell. Lehmann, entretanto, também teve um grande sucesso cult em 1988 com “Heathers”. Não importa que seu filme maluco sobre insetos mutantes, “Meet the Applegates”, tenha fracassado em 1990. A sensibilidade estava lá.

“Hudson Hawk” é um pato estranho. Willis interpreta o ladrão titular, recém-libertado da prisão, que mais uma vez é obrigado a roubar itens caros de cofres e museus. Ele se envolve em uma trama de chantagem que envolve dois milionários excêntricos (Grant e Bernhard) e pedaços de um cristal que pertenceu a Leonardo da Vinci, que dizem possuir poderes alquímicos. Há cenas de perseguição de desenho animado, um esquadrão de assassinos com nomes de barras de chocolate e um mordomo malvado com espadas escondidas nas mangas.

“Hudson Hawk” afundou. Foi feito por US$ 65 milhões, mas arrecadou apenas US$ 17 milhões no mercado interno. Os críticos também criticaram amplamente, e foi indicado para alguns Razzies. Durante anos, “Hudson Hawk” foi usado como piada, um exemplo de uma das piores bombas de todos os tempos. Ajustado pela inflação, perdeu mais de US$ 100 milhões.

Depois de ver o filme, a reação extrema parece estranha. Muitos dos que viram “Hudson Hawk” gostaram, incluindo um entrevistador do Huffington Post que conversou com Willis sobre sua carreira em 2012. O entrevistador tocou no assunto e Bruce Willis anunciou que ainda se orgulha do projeto.

Bruce Willis ainda gosta de Hudson Hawk

Hudson Hawk amarrado a uma cadeira, enquanto Darwin e Minerva Mayflower ficam presunçosamente sobre ele

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“Hudson Hawk”, aliás, é uma explosão. É caricatural e enérgico, e apresenta algumas performances muito engraçadas e exageradas de alguns atores muito comprometidos. É um daqueles filmes em que todos, inclusive o personagem-título, são extremamente excêntricos. Por exemplo: uma das peculiaridades de Hudson é que ele memorizou os tempos exatos de centenas de músicas pop. Quando ele e seu parceiro no crime, Tommy (Aiello), organizam um assalto, eles interrompem seus movimentos cantando clássicos antigos. Um dos primeiros assaltos parece que eles cantam “Swingin’ on a Star” para si mesmos.

Willis sabia que era uma comédia ampla desde o início e, apesar do fracasso inicial, ele realmente adora o filme. Ele disse:

“Eu gosto muito dele. Ainda me orgulho daquele filme. Foi um pouco fora do que as pessoas (esperavam). Você sabe, algumas pessoas vêm ao teatro e dizem: ‘Eu só quero vê-lo fazer esse tipo de filme. (…) Era uma sátira. Estávamos tentando fazer o outro rir – fazer os atores rirem. Tivemos um elenco muito engraçado. você sabe, leve o lixo para fora.

Willis, talvez previsivelmente, tem uma visão negativa dos críticos, dizendo que de vez em quando, os críticos se concentram em um determinado filme sem motivo. E ele tem razão. Pode haver uma espécie de mentalidade de “sangue na água” em torno de certos filmes, e tanto a imprensa quanto o público selecionarão um filme – às vezes legitimamente ruim, mas às vezes bom – e decidirão que é emblemático dos piores hábitos de Hollywood. Pode-se lembrar que a mesma coisa aconteceu com “Gigli”. Ou, mais recentemente, “Morbius”. Filmes ruins, sim, mas dificilmente o ponto mais baixo do cinema.

Hudson Hawk recuperou seu dinheiro e mais alguns

Hudson Hawk e Anna, voando de asa delta em uma das asas delta de Leonardo da Vinci

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A razão pela qual “Hudson Hawk” foi tão louco foi porque Willis foi capaz de assumir a produção, mais ou menos. Conforme descrito em um artigo do /Film, Willis certa vez recebeu um telefonema da Warner Bros., informando-o de que seu filme então inédito, “A Fogueira das Vaidades”, estava testando muito bem e que o público adorava o personagem de Willis. A Warner Bros. decidiu recortar “Bonfire” para dar a Willis mais tempo na tela.

Isso deu a Willis uma sensação de direito com “Hudson Hawk”, que ainda estava sendo escrito na época. Willis decidiu que o roteiro de Souza precisava ser mais estranho, e Dan Waters foi contratado para escrever rascunhos mais novos e estranhos. O produtor de “Falcão”, Joel Silver, odiou que seu ator principal praticamente tivesse assumido o controle do filme, e mesmo de Souza não foi capaz de controlar todos os impulsos estranhos de Willis. Como tal, Willis teve mais ou menos liberdade criativa para fazer o filme que desejava. E o que ele queria era selvagem, louco, enérgico e musical.

“Hudson Hawk” pode ter sido um fracasso nos cinemas no mercado interno, mas teve um desempenho decente no exterior, recuperando a maior parte de seu orçamento. Ele também encontrou um novo público no vídeo caseiro, onde a maioria de seus fãs entusiasmados o descobriu. Quatro anos após seu lançamento, “Hudson Hawk” ainda estava lucrando com o VHS e começou a crescer em estimativa no circuito de filmes da meia-noite. Willis disse ao Huffington Post: “Ainda ouço ser chamado de filme cult. E do ponto de vista do estúdio, o filme dá lucro.”

Talvez ironicamente, “A Fogueira das Vaidades” também fracassou, mas ainda não recebeu um novo litígio positivo.