Ficção científica televisiva mostra por que o episódio dos Beatles de Doctor Who não contém nenhuma música dos Beatles
BBC/Disney+ Por Michael Boyle/11 de maio de 2024 18h45 EST
O segundo episódio da nova temporada de “Doctor Who” (e o melhor episódio da estreia em duas partes) começa com o que é basicamente apenas uma meta piada gigante. O Doutor fica agradavelmente surpreso quando Ruby pede que ele os leve para assistir aos Beatles enquanto gravam seu primeiro álbum. Ele diz a ela que a maioria dos companheiros escolhe destinos básicos e previsíveis, como o Titanic ou Marte, e então se pergunta: “Por que nunca fiz isso antes?”
A resposta é surpreendentemente simples: o desastre do Titanic é de domínio público, mas a música dos Beatles não. “Doctor Who”, um show famoso por seu orçamento apertado e seus cenários oscilantes, provavelmente nunca conseguiu arcar com a taxa de licenciamento exigida apenas para tocar uma das músicas da banda. Enquanto a maioria das bandas cobra apenas entre US$ 25 mil e US$ 50 mil por um programa de TV para usar uma música deles – o que já está forçando isso para “Doctor Who” – os Beatles sempre aumentaram o nível, geralmente cobrando na casa dos seis dígitos. Quando “Mad Men” usou “Tomorrow Never Knows” do álbum “Revolver” da banda na 5ª temporada, custou ao show US$ 250 mil.
Valeu a pena? Nesse caso, sim: a música representa perfeitamente o estranho mundo novo que meados dos anos 60 prometia, e pode ser por isso que Don Draper, desconcertado e resistente a mudanças, escolhe desligar a música no meio. Ele quer que as coisas continuem como estavam, mas quando a música retorna no volume máximo nos créditos finais, fica claro que não há nada que ele possa fazer para impedir o futuro. “Mad Men” tocaria os Beatles apenas uma vez durante todas as 7 temporadas, mas eles certamente aproveitaram ao máximo.
Mesmo com o dinheiro da Disney, Doctor Who não pode pagar pelos Beatles
BBC/Disney+
Embora “Doctor Who” não pudesse pagar pela música dos Beatles durante seus primeiros 60 anos na TV, o recente acordo do programa com a Disney nos fez pensar se talvez desta vez as coisas fossem diferentes. Com uma megacorporação apoiando o show, talvez “Doctor Who” tivesse dinheiro adequado para “f *** you” pela primeira vez em sua carreira, o suficiente para tocar uma música puramente para flexibilizar sua recém-descoberta liberdade monetária.
Infelizmente, não foi esse o caso: The Doctor e Ruby viajam de volta para a gravação do primeiro álbum da banda apenas para descobrir que Maestro (Jinkx Monsoon), o charmoso vilão da semana, roubou o amor do mundo inteiro pela música. Os Beatles agora estão cantando uma música escrita pelos próprios escritores do programa, e é intencionalmente terrível. Isso introduz o enredo principal do episódio, onde o Doutor e Ruby tentam desfazer os danos causados pelo Maestro e trazer a adorável e cara música dos Beatles de volta ao mundo.
É outro exemplo divertido de como o programa tira o melhor proveito de suas limitações orçamentárias. Não é possível incluir a música dos Beatles? Bem, vamos fazer um episódio inteiro baseado em negar ao Doutor e à Ruby a chance de ouvir os Beatles. O resultado é o primeiro episódio musical propriamente dito do programa, com músicas compostas internamente. É uma das histórias mais criativas que “Doctor Who” já nos deu e um sinal promissor da temporada que está por vir.
Alguns fãs dos Beatles podem ter ficado desapontados com a falta de músicas dos Beatles aqui, mas os Whovians de longa data sabem que esse show nunca gastaria um quarto de milhão de dólares em uma única música. “Doctor Who” pode ter um orçamento muito maior hoje em dia, mas a mentalidade encantadora e econômica de seus primeiros anos veio para ficar.
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