Por que Scott Bakula odiava Star Trek: contagem de 26 episódios da Enterprise

Ficção científica televisiva mostra por que Scott Bakula odiava Star Trek: contagem de 26 episódios da Enterprise

Scott Bakula como Capitão Jonathan Archer Star Trek Enterprise

Paramount Por Devin MeenanSept. 8 de outubro de 2024, 10h45 EST

“Star Trek: Enterprise” não tem a melhor reputação. Uma prequela ambientada no século 22, “Enterprise” ocorreu antes da fundação da Federação e quando a humanidade estava apenas começando a viajar para onde nenhum (humano) homem havia ido antes. O consenso geral é que ele não fez o suficiente para se destacar dos programas anteriores de “Star Trek”, apesar de seu cenário supostamente diferente, e fez a franquia parecer que estava fora de vapor.

“Enterprise” acabou sendo a primeira série de “Star Trek” desde o original a não ter sete temporadas; a quarta temporada, que foi ao ar de 2004 a 2005, foi a última produzida. O show melhorou à medida que avançava; a 4ª temporada (apresentada pelo falecido Manny Cato) costuma ser absolutamente ótima. Infelizmente, era tarde demais para uma 5ª temporada que poderia ter mantido esse ritmo.

Scott Bakula, que estrelou como Capitão Jonathan Archer, tem algumas teorias sobre por que o show começou com o pé esquerdo e, finalmente, não conseguiu decolar totalmente. Por um lado, Bakula sente que a série foi injustamente sobrecarregada por sustentar a decadente United Paramount Network (UPN). A “Enterprise” precisava ter sucesso para que a rede tivesse sucesso e havia algumas rédeas criativas em jogo (como nenhum ator da “Enterprise” ter permissão para dirigir episódios).

Bakula compartilhou mais alguns insights no especial de reunião de 2012 “In Conversation – The First Crew”. Uma de suas críticas? Muitos episódios ao mesmo tempo.

Enterprise foi o culminar de muito Star Trek

A nave estelar Star Trek Enterprise NX-01 danificou a batalha Xindi da 3ª temporada

Supremo

Bakula, discutindo “Enterprise” com seus antigos colegas de elenco e co-criador Brannon Braga, abordou alguns dos problemas que o show enfrentou. Algo que ele rejeitou desde o início, disse ele, foi fazer 26 episódios por temporada. “26 episódios por ano é estúpido (…) eu disse, que diabos foi isso? Era tipo, você tem muito produto, não tem espaço para exibir e (o elenco está) exausto .”

O esgotamento também foi sentido do lado da escrita, segundo Braga. “Fica difícil fazer 26 episódios que explorem ao máximo o potencial da série (…) no meio da segunda temporada, era como se vamos parar ou fazer algo radical”, lembrou. Bakula também apontou a 2ª temporada de “Enterprise” como a temporada crucial, lembrando que Braga o convocou ao seu escritório para discutir como o programa precisava de alguma inovação.

A referida inovação foi estruturar a terceira temporada em torno de uma história abrangente. Depois que alienígenas enigmáticos conhecidos como Xindi atacam a Terra, a Enterprise decide investigar. Essa estrutura ainda permitia episódios independentes ao longo da temporada, como o arco Dominion War de “Deep Space Nine” e a estrutura típica da temporada do vizinho da UPN “Buffy The Vampire Slayer”.

“A terceira temporada foi a primeira vez que gostei de escrever cada episódio, e acho que isso ficou evidente”, lembrou Braga. Bakula também realizou seu desejo: a 3ª temporada foi reduzida para 24 episódios e a 4ª temporada foi reduzida para 22. Ah, a ironia, as melhores temporadas de “Enterprise” também são as mais curtas.

A Enterprise herdou seus problemas de Star Trek: Voyager

Navio Star Trek Voyager USS Voyager

Supremo

Bakula tem outro problema com a forma como “Enterprise” foi lançado. Quando estreou em setembro de 2001, “Star Trek: Voyager” só havia terminado meses antes, em maio. Isso também contribuiu para uma sensação de inchaço de “Star Trek”. Para citar Bakula diretamente:

“Não deveríamos ter seguido a ‘Voyager’. Essa era a outra coisa. Em um mundo perfeito, mas eu sei o que o mundo era, o mundo era: ‘Temos que lançar o UPN, temos que sustentar o UPN.’ Mas num mundo perfeito, se pudéssemos ter esperado e deixado a fumaça baixar.”

Desde a estreia de “Star Trek: The Next Generation” em 1987, houve continuamente um programa de “Star Trek” exibindo novos episódios. (Sem contar as pausas de temporada, é claro.) As duas últimas temporadas de “Next Generation” coincidiram com “Deep Space Nine”, depois “Voyager” foi lançada durante a terceira temporada de “DS9”. “Star Trek” atingiu uma parede. “Voyager” também recebeu muitas das críticas que “Enterprise” fez, de que não fez o suficiente para se destacar de outros programas de “Star Trek”.

Ronald D. Moore, um prolífico escritor de “Trek”, saiu da “Voyager” e canalizou suas frustrações com a rotina do programa em “Battlestar Galactica”. De acordo com Braga, seu parceiro de produção, Rick Berman, até lutou, sem sucesso, contra o lançamento de “Enterprise” logo depois de “Voyager”. “A galinha dos ovos (de ouro) já estava mancando”, como disse Braga.

“Estávamos escrevendo pequenos episódios que acho que poderiam estar em qualquer uma das outras quatro franquias”, disse Bakula, comentando sobre a primeira temporada e meia de “Enterprise”. Isso ecoa uma crítica que li em muitos fóruns. Essa escrita pouco inspirada sendo produzida em excesso levou a “Enterprise” ao fracasso desde o início. Nem mesmo as “incríveis” duas últimas temporadas (para ecoar a palavra que Bakula usou) puderam salvar o show.