Tim Burton fez história nas bilheterias com um de seus filmes mais polêmicos

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Pôster de Alice no País das Maravilhas de Tim Burton

Disney Por Ryan ScottSept. 20 de outubro de 2024, 15h00 EST

Tim Burton é um dos nossos cineastas mais distintos. Quer você o ame, odeie ou fique em algum lugar no meio, não há como negar que Burton tem voz e essa voz se tornou bastante valiosa. Desde provar que “Batman” poderia ser uma franquia de super-heróis de nível A até produzir clássicos inegáveis ​​como “Beetlejuice”, ele vem deixando sua marca no cinema há décadas. O maior momento de Burton aconteceu em 2010, quando sua versão live-action de “Alice no País das Maravilhas” chegou aos cinemas. Por mais divisivo que seja, o filme fez história nas bilheterias da época – e, além do mais, lançou as bases para a próxima década de filmes de grande sucesso em Hollywood, especialmente na Disney.

Na era moderna, um filme de grande sucesso que fatura US$ 1 bilhão ou mais nas bilheterias não é tão incomum. Até o momento, 55 filmes renderam pelo menos esse mesmo dinheiro em todo o mundo. Porém, o que é crucial é que a grande maioria deles foi lançada depois de “Alice no País das Maravilhas”, que foi apenas o sexto filme da história a ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão. Na época, “Avatar”, “Titanic”, “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”, “Piratas do Caribe: O Baú da Morte” e “O Cavaleiro das Trevas” foram os únicos outros filmes que alcançaram tal feito. alturas cinematográficas. A opinião de Burton sobre o livro clássico de Lewis Carroll também foi o primeiro lançamento da primavera a atingir essa marca d’água, chegando aos cinemas em março de 2010. Ele também se beneficiou muito da mania do 3D que estava acontecendo naquela época.

Ao todo, “Alice no País das Maravilhas” faturou US$ 1,025 bilhão, incluindo US$ 691,2 milhões no exterior. Na época, esse era um recorde para um filme da Disney. Ele também registrou o melhor fim de semana de estreia para um lançamento em março até então, com US$ 116,1 milhões. Também digno de nota, as únicas outras não-sequências que ganharam mais dinheiro em todo o mundo naquela época foram “Avatar” e “Titanic”, de James Cameron. (Cameron tem três dos cinco filmes de maior bilheteria da história em seu nome, o que o torna o rei inquestionável das bilheterias.)

Seja como for, esta foi a hora de Burton brilhar. Este foi um sucesso histórico absoluto para a Disney. Também não foi exatamente um queridinho crítico, o que o torna ainda mais fascinante em retrospectiva.

Alice no País das Maravilhas foi o filme certo na hora certa

Alice no País das Maravilhas 2010 Johnny Depp

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Simplesmente não se pode exagerar o quão raro e inesperado foi o sucesso deste filme na época. Burton já havia feito grandes filmes antes, sim, mas nada nessa escala. Hoje consideramos isso um dado adquirido, mas mesmo os maiores sucessos de bilheteria raramente geravam quantias tão astronômicas de dinheiro. E é especialmente surpreendente dada a natureza divisiva do filme em questão.

“Alice no País das Maravilhas” foi escrita por Linda Woolverton e quase serve como uma espécie de sequência do livro de Carroll. O filme é centrado em Alice (Mia Wasikowska), agora com 19 anos, que retorna ao mundo excêntrico em que entrou quando criança, embarcando em uma nova jornada. Muitos dos colaboradores frequentes de Burton estavam presentes, incluindo Johnny Depp e Helena Bonham Carter.

Apesar de todo o seu sucesso financeiro, “Alice” de Burton detém apenas 50% de aprovação crítica no Rotten Tomatoes, com uma pontuação de audiência igualmente amarga de 55%. Muitas vezes, os filmes podem superar as críticas negativas se o público concordar. “Venom” de 2018 (US$ 856 milhões em todo o mundo) é um exemplo espetacular disso. Neste caso, porém, a resposta da crítica e do público foi um pouco confusa. Isso não prejudicou o boca a boca na época, abrindo caminho para uma corrida histórica nas bilheterias de qualquer maneira.

Mais do que tudo, foi um exemplo do filme certo na hora certa. O 3D era adequado ao material. Burton construiu um conjunto de obras que o público passou a valorizar. O público estrangeiro comparecia aos filmes de Hollywood em números recordes. Os visuais do filme eram extremamente comercializáveis. Foi uma tempestade perfeita, que seria difícil de replicar agora ou a qualquer momento antes do filme atingir o sucesso. O tempo muitas vezes é tudo.

Alice no País das Maravilhas deu início a uma tendência muito lucrativa da Disney

Alice no País das Maravilhas Anne Hathaway

Disney

Que se danem as críticas, “Alice no País das Maravilhas” levou a Disney a refazer outros clássicos de animação em live-action. Nos anos que se seguiram, remakes e novas versões de clássicos como “A Bela e a Fera”, “Cinderela”, “Malévola”, “O Livro da Selva”, “O Rei Leão” e até um remake de “Dumbo” de Burton chegou aos cinemas. A Disney faturou mais de US$ 7 bilhões com esses remakes entre 2010 e 2019, até que a pandemia derrubou a indústria. Mesmo agora, coisas como “Mufasa: O Rei Leão” e um remake live-action de “Lilo e Stitch” estão a caminho.

Nem todos foram vencedores, com “Alice Através do Espelho” de 2016 (US$ 299,8 milhões em todo o mundo) ganhando muito menos que seu antecessor. Mesmo assim, é inegável que o sucesso de “Alice” teve enormes consequências para a Disney e para a indústria em geral. Se a obsessão por IP já estava decolando, isso ajudou a impulsionar essa tendência. Para o bem ou para o mal, este foi um momento importante na história do cinema moderno.

Também deu início a uma das eras mais prolíficas da longa e célebre história da Disney. “Toy Story 3” também arrecadou mais de US$ 1 bilhão em 2010, tornando a Mouse House o primeiro estúdio da história a ter dois sucessos de US$ 1 bilhão em um único ano. Nos anos seguintes, a Disney acumulou mais 25 sucessos de US$ 1 bilhão – de longe o maior número de qualquer outro estúdio de Hollywood. E muito disso pode ser atribuído a este momento.